O que é o amor

24/06/2014 12:09

            Aqui está uma das maiores virtudes, mandamentos, um ideal. O amor é a matéria-prima dos poetas, a influência dos apaixonados. É a motivação da moral segundo o filósofo Kant (1724-1804). Se consuma além do bem e do mal, para o filósofo Nietzsche (1844-1900). Mas o que é este tal de amor? Como ele surge? Do que ele é composto? O que vem a ser o amor?

            Segundo o filósofo grego Platão (428/27-347 a.C.) “o amor é filho de Pênia, deusa da pobreza e de Poros, deus da capacidade de aquisição, a riqueza. Da pobreza, pois constantemente pede, e da riqueza por que constantemente dá...”. Aceito esta explicação sobre o amor e, vou além. Digo-vos, o amor é Eros (paixão) e Logos (razão) unidos de mãos dadas caminhando pelas colinas da virtude humana. Muitos comentam que, “... paixão e amor não são as mesmas coisas, são completamente diferentes...”, mas digo que, a paixão faz parte ao amor, assim como a razão. Muitos deverão pensar “que loucura, o amor não é racional...”, mas é racional sim. Vamos ver como funciona isso.

        O Eros (paixão/desejo) está vinculado sempre a alguma coisa, a “coisa desejada”, algo a se conquistar, algo que não se tem, se venera, se deseja. O desejo é a causa motora do amor; o desejo é sempre dirigido àquilo de que se carece. Tal desejo e tal carência, que o caracterizam de maneira essencial, referem-se às coisas belas e boas. Portanto, se cria um sentimento de amizade daquilo que é carente. Aquilo que se é carente se torna um valor estimulável, o Bem ou Belo. Mas como se conhece este Bem/Belo?

        O Logos (razão/sabedoria) está vinculado ao conhecer, faz do amor um ato de coerção, é a tendência ao Bem ou Belo, pois o conhece, e sabes que este, lhe satisfaz, e estimula o Eros (o desejo/paixão) a agir, buscar este Bem/Belo que tanto o deseja, aquilo que se carece. O Logos é o saber, o porquê daquilo lhe faz bem, lhe dá o sentido de fazer querer, desejar, carecer. O Logos é a lenha a se queimar na chama da paixão, é o combustível essencial, para produzir a luz do amor.

            Relaciono Eros (paixão/desejo) à deusa da pobreza Pênia, na máxima de Platão, pois é ela que constantemente pede, necessita de algo, da “coisa desejada”. É a pobreza que conhece a falta, a necessidade de algo bom e belo.

            Logos (razão/sabedoria) relaciono com o deus da riqueza Poros, pois é a razão que lhe dá a capacidade de aquisição, de adquirir o conhecimento. De reconhecer e adquirir o Bem e o Belo.

            O Amor, concordando com o filósofo grego Platão, é filho da pobreza e da riqueza e acrescento que o amor é razão e paixão numa conversa amorosa sobre o Bem e o Belo, elevando o amor a ser intermédio, mediador entre ignorância e sapiência, nunca totalmente ignorante e, nunca totalmente sapiência, mas sempre buscando sapiência e a riqueza maior do Bem e o Belo em um todo.