Conceitos de liberdade

24/06/2014 11:53

Gritos de liberdade é o que se escuta em meios de opressões, muitos hoje sonham em ser livres. Livres muitas vezes da escravidão do trabalho (que ainda temos hoje, em um modo camuflado; principalmente hoje no setor do comércio), livres no meio social, livre de opressões, livres de nós mesmos. Mas, o que esta tal de liberdade? Alguém já se questionou sobre esse assunto? Ou talvez é mais fácil culpar alguém por não ter esta tal de liberdade, como acontece conosco culpando os representantes nossos no governo.
         Qual é a diferença entre o homem e as coisas? É que só o homem é livre. A consciência do homem o distingue das coisas e dos animais, que são “em – si”, ou seja, como não são conscientes de si, também não são capazes de se colocar do lado de fora para se auto – examinarem.
Para o filósofo francês Satre, a liberdade é constituída da consciência: “eu estou condenado a existir para sempre além dos moventes e dos motivos do meu ato: eu estou condenado a ser livre. Isso significa que não se pode encontrar limites para minha liberdade além da própria liberdade ou, se assim preferir, que não somos livre de deixar de ser livres”.

        O conceito sartriano de liberdade não afirma que um homem cativo é livre porque pode “pensar o que quiser”, mas sim que ele é livre para agir dessa ou daquela forma, seja para tentar um fuga, seja para resignar-se ao cativeiro. A liberdade de escolha implica já um fazer.
          O êxito ou o fracasso de um projeto não importam para a nossa liberdade. Liberdade seria a faculdade de se conquistar o desejado, o dom de se obter os fins elegidos. A verdadeira liberdade não é a liberdade de obtenção, mas a liberdade de eleição. Ser realmente livre não é obter-se necessariamente o que se quer, mas determinar-se a querer por si mesmo: a liberdade humana está na autonomia da escolha. Não consiste em poder fazer o que se quer, mas em querer fazer o que se pode.
        Já para o filósofo alemão Nietzsche, o homem livre é um guerreiro e a liberdade é algo que se conquista. Liberalismo: dito em alemão significa animalizarão em rebanhos... pois o que é a liberdade para Nietzsche? Ter a vontade para a responsabilidade própria. Manter firme a distância que nos separa. Tornar-se indiferente à cansaço, dureza, privação, e mesmo à vida. Estar pronto a sacrificar a sua causa seres humanos, sem excluir a si próprio.
Liberdade significa que os instintos viris, que se alegram com a guerra e a vitória, tem domínio sobre outros instintos, por exemplo, sobre o da “felicidade”. Mas é preciso ter a necessidade de ser forte: se não nunca chega a isso. Aquelas grandes estufas para a espécie forte, para mais forte espécie de homem que houve até agora, as comunidades aristocráticas ao modo de Roma e Veneza, entendiam liberdade exatamente no sentido em que o filósofo entendia a palavra liberdade: como algo em que se tem e não se tem, que se quer, e que se conquista...
        E você é livre? Livre de si mesmo? Ou ainda se questiona com que roupa vai sair esta noite? Ou o que os outros vão pensar de você? Que tipo de liberdade é essa que ficamos, preocupados em moda, ou presos a uma cultura (se isso possa ser chamado de cultura), onde os outros se impõem a nós. Você hoje é livre mesmo?